sábado, 2 de outubro de 2010



Cortei-me uma vez, o sangue brotou de um vermelho vivo, até quem sabe de um vermelho alegre... o corte ardia, parecia que ali estava depositada toda a minha capacidade de dor.
Era uma pena!
Estava enganada porque antes do meu corte se fechar outros me cortaram, era sempre um corte  por cima de um outro  corte... é  assim até hoje.
Depois que me cortei e depois que os outros aprenderam a me cortar, o vermelho nunca mais sumiu, a cicatriz nunca mais fechou, o corte jamais teve cura. Depois que me cortei, a vida insistentemente ainda continuou.



Maria Clara 

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